A SÁTIRA AOS MECANISMOS BIOPOLÍTICOS NA TETRALOGIA
OBSCENA DE HILDA HILS
Nome: CARLOS ALEXANDRE DA SILVA ROCHA
Data de publicação: 13/12/2023
Banca:
Nome | Papel |
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FERNANDO SIMPLÍCIO DOS SANTOS | Examinador Externo |
RICARDO LÍSIAS AIDAR FERMINO | Examinador Externo |
ROSANNE BEZERRA DE ARAÚJO | Examinador Externo |
VITOR CEI SANTOS | Presidente |
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Examinador Interno |
Resumo: Em 1989, Hilda Hilst anuncia que deixará de produzir literatura séria e que escreveria livros
pornográficos e obscenos; em 1990, lança O caderno rosa de Lori Lamby, o primeiro livro que
compõe sua tetralogia obscena, sendo seguido por Contos d’escárnio & textos grotescos, de
1990, Cartas de um sedutor, de 1991, e Bufólicas, de 1992, o único em versos. Nessas obras, a
autora, a partir da sátira, zomba e desnuda o biopoder confessional. Sendo assim, este trabalho
tem como corpus a tetralogia obscena de Hilst, na qual há o rebaixamento do biopoder soberano
e disciplinar, estudados por Michel Foucault ([1984], 2001), e dos mecanismos de poder da
sociedade do controle, enunciados por Gilles Deleuze ([1995] 2013). Ao evidenciar o uso da
confissão na narração das personagens narradoras Lori, Karl, Crasso e as figuras áulicas de
Bufólicas, Hilst avacalha essa tecnologia de poder, e o seu projeto efetua a sátira do gênero
pornográfico e confessional comercializado na época das publicações. Nesse sentido, o trabalho
é um estudo teórico que analisa a sátira ao biopoder presente na tetralogia obscena,
relacionando-a às noções de sociedade soberana, disciplinar e do controle, sob a mira das
reflexões de Achile Mbembe (2018), Vladímir Propp ([1976] 1992), Linda Hutcheon ([1984]
1985) e Henri Bergson ([1941] 1987), além dos teóricos anteriormente citados. O objetivo é
investigar como a sátira se realiza na tetralogia obscena e como Hilda Hilst compõe um
conjunto de obras em que a confissão satiriza o próprio ato de mapear-se diante do mundo