Memória e barbárie em Michel Laub: uma leitura da obra Diário da queda
Nome: SILÉYR DOS SANTOS RIBEIRO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 18/04/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER | Orientador |
LUCIANA DE PAIVA CORONEL | Examinador Externo |
MARCELO FERRAZ DE PAULA | Examinador Externo |
PAULO ROBERTO DE SOUZA DUTRA | Suplente Interno |
ROBSON LOUREIRO | Examinador Interno |
Páginas
Resumo: RESUMOParte significativa da produção literária brasileira contemporânea investe na ficcionalização de eventos históricos traumáticos (genocídios, ditaduras militares etc.) numa perspectiva crítica, intervindo no debate sobre a factualidade recortada. Sob esta ótica, a presente pesquisa investiga como Diário da queda, de Michel Laub (2011), entrelaça a memória de um trauma histórico coletivo o Holocausto à construção identitária do sujeito ficcional. Narrado em primeira pessoa, o romance laubiano apresenta um conflito entre três gerações marcadas pelo trauma: do avô, sobrevivente de Auschwitz; do pai do narrador, que lida, aos catorze anos, com o suicídio do pai e, aos sessenta, com o diagnóstico de Alzheimer; e do narrador, que apresenta problemas alcoolismo e agressividade na vida adulta relacionados ao trauma intergeracional e à queda do colega João, aos treze anos. A barbárie extrema do século passado exige não apenas um novo modelo representacional, mas também um posicionamento ético do sujeito que, por meio da arte, a retoma. Diante disso, discutimos como Laub (2011) elabora uma forma literária compatível com a temática da Shoah Catástrofe em hebraico , na direção apontada por Theodor W. Adorno (2003), de uma isomorfia entre conteúdo e forma. Interessa-nos investigar o modo como a obra de Laub (2011) incorpora os desafios representacionais impostos à arte e tenta captar a barbárie por meio de sua forma fragmentária e da repetição enquanto mecanismo de manifestação do trauma.Palavras-chave: Michel Laub. Diário da queda. Auschwitz. Memória. Judaísmo. Forma fragmentária.