TRADIÇÃO, Tradução, Hibridismo e Resistência da Identidade Afrobrasileira na Literatura Amadiana

Nome: ALINE SANTOS DE BRITO NASCIMENTO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/09/2017

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADELIA MARIA MIGLIEVICH RIBEIRO Examinador Interno
DECIO BESSA DA COSTA Examinador Externo
FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER Suplente Interno
GEAN PAULO GONÇALVES SANTANA Suplente Externo
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO Orientador

Páginas

Resumo: Aborda a identidade afro-brasileira na literatura amadiana, através da caracterização dos traços de tradição, tradução, hibridismo e resistência. Justifica-se que a análise das características do grupo étnico afro-brasileiro são vetores para a formação crítica do cidadão e a valorização daqueles que com ele se identificam. O novo e o antigo, o global e o local são paradigmas que se mesclam nas obras em análise, permitindo a observação da cultura afro-brasileira a partir de um viés menos conservacionista, reconhecendo a evolução das identidades, o que constitui o problema desta pesquisa. O objetivo geral é analisar as evidências de tradição, tradução e hibridismo presentes na literatura amadiana de temática afro-brasileira. Os objetivos específicos são caracterizar a literatura amadiana; identificar os traços da identidade e resistência afro-brasileira; e analisar aspectos de tradição e tradução que permitam classificá-las como híbridas. Os procedimentos metodológicos incluem a coleta de dados com pesquisa bibliográfica. As análises perpassam pelos eixos temáticos tradição/inovação, simbologia; espaço/tempo, territorialidade e temporalidade; e atores sociais. Os pressupostos teóricos discutem principalmente conceitos como deslocamento, marginal, raça, classe, gênero, tradições culturais e híbrido (BHABHA, 2001); identidade, memória coletiva, poder, religião e cultura (CASTELLS, 1999); características etno-raciais do negro (SCHWARCZ, 1993); lógica binária negro/branco; autóctone/estrangeiro; eu/outro (BERND, 2003); candomblé (SALAH, 2008); mulher negra e forma de lidar com o corpo (SACRAMENTO, 2012); e mulata como resultado dos amores clandestinos (GUMÉRY-EMERY, 2004). Também são debatidos “fronteiras” da literatura, ficção e não-ficção (BOSI, 2013); diálogos reforçados pelo romance contemporâneo (BAKHTIN, 1998); vontade de refazer a história (CERTEAU, 2011); teoria da recepção (MAINGUENEAU, 2001); busca identitária e etnocentrismo (TODOROV, 1989); literatura negra (ALVES, 2002); silêncio dos marginalizados (DALCASTAGNÈ, 2012); negros denunciando a escravidão e/ou exclusão (RIBEIRO, 2012); resistência (LIMA; SOUZA, 2016); apego à terra, topofilia (TUAN, 1980); resistência na obra amadiana (TEIXEIRA SOBRINHO, 2015); cultura negra na literatura amadiana (SOUZA, 2007); e defesa da miscigenação (PATRÍCIO, 1999). As análises apresentam: a discussão “Entre a tradução e a tradição: marcas da identidade negra em Jubiabᔠe alertam sobre grupos minoritários que buscam direito de ter voz e espaço de forma engajada em questões sociais; ativismo dentro do movimento social; respeito às identidades culturais; e crítica às hegemonias. Investigam “Identidade negra e erotismo em Gabriela, cravo e canela”, personagens negros e mulatos e suas relações de desejo, amor, paixão e erotismo; campo semântico do erotismo, e sensualidade da etnia negra como discurso do imaginário nacional. E os resultados do estudo “Tenda dos milagres: o intelectual negro e a militância contra a elite racista”, que esclarecem que obras de Archanjo, mestiço, pobre, só são reconhecidas a partir do interesse de um estrangeiro; e seus livros retratam preconceito, violência e intolerância dos brancos diante dos rituais de origem africana. As análises conduzem à conclusão de que o respeito às identidades culturais diversas deve ser propagado através da divulgação da literatura. Os resultados da pesquisa confirmam a hipótese de que a literatura colabora para a formação crítica do cidadão e a valorização das minorias étnicas.

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