LITERATURA INDÍGENA: TEMPOS DE HISTÓRIAS E ANCESTRALIDADES NAS NARRATIVAS LITERÁRIAS
Nome: PATRICIA ROSICLÉIA DA SILVA SODRÉ
Data de publicação: 21/11/2024
Banca:
Nome | Papel |
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ARLENE BATISTA DA SILVA | Presidente |
FRANCISCA NAVANTINO PINTO DE ANGELO | Examinador Externo |
MARIA MIRTIS CASER | Examinador Interno |
OZIRLEI TERESA MARCILINO | Examinador Interno |
RICARDO HORACIO PIERA CHACÓN | Examinador Externo |
Resumo: As narrativas literárias indígenas transitam entre as várias temporalidades, encenando enredos e se constituindo em uma multiplicidade de vozes que evocam a ancestralidade e contam histórias. Assim, a presente pesquisa propõe um estudo sobre as seguintes narrativas: O Caçador e o Curupira (2023), escrita por Trudruá Dorrico (RR), do povo Macuxi; A onça-pintada de Kauany, a Guardiã dos segredos (2023), de Auritha Tabajara (CE), do povo Tabajara; Jibikí Porikopô, o furto da panela de barro (2019), reconto de Ariabo Kezo (MT), do povo Balatiponé-Umutina1 e, por fim, Os raios luminosos (2019), da escritora Jera Poty Mirim (SP), pertencente ao povo
Guarani Mbyá. Partindo dessa seleção, buscamos compreender como o tempo ancestral e o tempo histórico são representados na trama literária e de que modo essas noções temporais evidenciam acontecimentos, vivências na tradição e contribuem para a construção de sentidos da narrativa. No que tange ao percurso investigativo, este estudo utiliza a pesquisa do tipo teórico-bibliográfica. Assim, visando à compreensão da história desses povos e dos diferentes aspectos (étnico, histórico, social, político e estético) que compõem a literatura indígena, dialogamos com artigos científicos e de produções teóricas de autores indígenas que abordam a temática, como Graça Graúna (2018, 2013 e 2001); Kaká Werá Jecupé (2020 e 2017); Márcia Kambeba (2021); Olívio Jekupé (2018 e 2009); Edson Kayapó (2021); Daniel Munduruku (2020, 2018, 2017 e 2009); Gersem Luciano Baniwa (2012 e 2006) e
Trudruá Dorrico (2018). Ademais, tomando como abordagem a perspectiva histórica, pretende-se observar a relação do Estado brasileiro com os povos indígenas em diversos contextos, a partir dos estudos de alguns teóricos, entre eles: Manuela Carneiro da Cunha (2021), por seu olhar antropológico acerca dos conhecimentos tradicionais e dos direitos culturais desses povos; Mércio Pereira Gomes (2021), por seu ponto de vista sobre os indígenas no Brasil e as políticas indigenistas e Maria Inês de Almeida (2009, 2004 e 1999), por seu trabalho teórico-crítico sobre as literaturas indígenas. Desse modo, busca-se demonstrar, ao final, que o tempo ancestral e o tempo histórico são elementos simbólicos presentes na literatura indígena que atuam na trama narrativa e se constituem como uma importante fonte de referências históricas e culturais de um povo, sendo atualizadas e ressignificadas, a partir de
contextos sociais e políticos em que estão inseridos.