NOVAS BOSSAS: CANÇÃO, POESIA, TRADUÇÃO - UM ESTUDO DE VERSÕES DO CANCIONEIRO DE VINÍCIUS DE MORAES E TOM JOBIM PARA AS LÍNGUAS FRANCESA E INGLESA
Nome: ENIO GONTIJO DE LACERDA
Data de publicação: 29/11/2024
Banca:
Nome | Papel |
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GASPAR LEAL PAZ | Examinador Interno |
GUILHERME GONTIJO FLORES | Examinador Externo |
JUNIA CLAUDIA SANTANA DE MATTOS ZAIDAN | Examinador Interno |
LEONARDO DAVINO DE OLIVEIRA | Examinador Externo |
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Presidente |
Resumo: Nesse trabalho propomos um estudo do cancioneiro de Vinícius de Moraes e Tom Jobim nas versões em língua inglesa e francesa por meio de uma análise comparativa entre o original e a tradução. Defendemos que a melodia é responsável pelos recortes linguísticos, trazendo consigo frases musicais virtuais que de encontro com a letra será convertida em unidades entoativas, havendo, portanto, a possibilidade de serem reelaboradas em outras línguas, já que a melodia cancional está profundamente relacionada às entoações da fala. Daí, podemos também vislumbrar o problema da pesquisa: uma das primeiras questões que se colocaram logo que decidido o tema e o que fundamentaria seu percurso e sistematização é se haveria diferenças relevantes entre a tradução de poesia e letra de música, em que verificamos quase imediatamente a confirmação. O principal elemento que nos faz acreditar nessa premissa é o fato de a letra estar determinantemente relacionada à melodia da canção, operando noções de tempo, espaço, ritmo e andamento muito particulares. Esbarramos também em outras questões que se ampliarão remodulando um quadro hipotético: uma rede dialética entre
o original e a tradução com ressonâncias poéticas emoldurando um instigante palimpesto. Temos como objetivo mostrar que há, nas versões das canções, além da ação de um tradutor convencional, mais agentes responsáveis pela significação, que são as figuras do compositor/tradutor, o leitor/ouvinte e a do intérprete e descobrir se e como os principais elementos das canções (poéticos e culturais) originais são veiculados nas versões/traduções. Ou seja, é um estudo intermediado por uma tripla ação e que ganha fundamentação apenas se sondadas as articulações possíveis entre palavra, música e performance. Para isso, recorremos, como arcabouço teórico, a uma tríade composta pela chamada tradução criativa, de Haroldo de Campos, pela teoria do pentatlo de Peter Low e a semiótica da canção desenvolvida por Luiz Tatit, pois acreditamos que a escolha dessa pirâmide transdisciplinar nos possibilitará encontrar respostas mais acuradas e apresentar uma contribuição para um tema tão novo e ainda com pouco material publicado a respeito