QUESTÕES DE GÊNERO NA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE MOÇAMBICANA: A MULHER EM XEQUE EM “NIKETCHE: UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA” DE PAULINA CHIZIANE

Nome: REJIANE DOS SANTOS TEIXEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 03/05/2018

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
AMARINO OLIVEIRA DE QUEIROZ Examinador Externo
IÊDO DE OLIVEIRA PAES Suplente Externo
JACQUELINE LARANJA LEAL MARCELINO Examinador Interno
JUREMA JOSÉ DE OLIVEIRA Orientador
MICHELE FREIRE SCHIFFLER Suplente Interno

Resumo: O romance Niketche: uma história de poligamia, da autora moçambicana Paulina Chiziane,
apresenta ao leitor as reflexões sobre o que é ser mulher negra em uma sociedade patriarcal e
pós-colonizada. Nele são reveladas as incertezas e sofrimentos das mulheres moçambicanas
que lutam pelo reconhecimento social e de si, buscando seu lugar em uma sociedade
fragmentada pelas imposições da opressão colonial e da modernidade. Ao apresentar suas
personagens femininas compelidas a conviver com a violência do patriarcado eurocêntrico,
Niketche retrata o passado e presente destas mulheres e os obstáculos na busca por seu
empoderamento. Assim, a pesquisa buscou levantar discussões que teorizam sobre as relações
de opressão, subjetivas e intersubjetivas, entre gêneros conferidos às mulheres colonizadas,
além de tecer uma crítica aos estudos feministas hegemônicos que não consideram as
idiossincrasias femininas e veem o gênero como separado da raça e classe, tratando a categoria
mulher como universal e ocultando de suas pautas as relações de opressões sofridas pelas
mulheres negras. Como forma de analisar os efeitos da imposição colonial na estrutura social
de Moçambique e na vida de suas cidadãs foram utilizados os estudos de gêneros da socióloga
moçambicana Isabel Maria Casimiro, da pesquisadora Signe Arnfred e da teóloga Irene Dias
de Oliveira que discorrem sobre as rupturas que a tradição africana sofreu com a colonização.
O aporte teórico que auxilia a pesquisa no que tange sua história antes, durante e póscolonização
são dos historiadores José Luís Cabaço e José Capela, além das contribuições de
Pe. Raúl Altuna sobre a cultura Bantu – etnia predominante em Moçambique. As discussões
sobre o feminino e suas rupturas com a tradição e empoderamento na sociedade moçambicana
atual foram traçadas com o olhar das teóricas femininas africanas Ana Maria Loforte, Oyeronke
Oyewumi, Marie Pauline Eboh, Conceição Osório e Teresa Cruz e Silva, que analisam as
relações de dominação estabelecidas pelo gênero na sociedade atual. Contribuições dos estudos
da ensaísta Inocencia Mata e do filósofo camaronês Achille Mbembe enriqueceram as
discussões sobre o tema estudado.

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