Enquanto esperamos Godot, o que Beckett tem a nos dizer sobre o sujeito pós-moderno?
Nome: DARLENE VIANNA GAUDIO ANGELO TRONQUOY
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 20/12/2016
Banca:
Nome | Papel |
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ANA AUGUSTA WANDERLEY RODRIGUES DE MIRANDA | Examinador Interno |
ANDRÉIA PENHA DELMASCHIO | Examinador Externo |
JOSÉ ANTONIO MARTINUZZO | Examinador Interno |
PAULO ROBERTO DE SOUZA DUTRA | Examinador Externo |
STELAMARIS COSER | Orientador |
Resumo: Esta tese pretende refletir sobre a condição humana na atualidade, a condição do sujeito pós-moderno como aquele suposto ser efeito de uma mutação do discurso que o engendra. E isso numa articulação entre o texto literário de Beckett e conceitos da psicanálise com o objetivo de lançar luz em relação ao que se passa com o sujeito, em nossa contemporaneidade, tanto no âmbito mais geral, no campo da cultura, como no privado de sua experiência. A suposição é a de que alguns sintomas indicam essa mutação: a posição de exílio e de espera em que se encontra o sujeito em questão, a dificuldade para refletir sobre si mesmo em um mundo que tenta expulsar o trágico, seus impasses frente ao necessário da construção de sua posição sexual e de uma ficção que sustente sua vida amorosa lhe permitindo fazer face à angústia e à possibilidade da loucura inerentes à condição humana. Sem recursos, o homem pós-moderno tem sucumbido diante do vazio da existência. A hipótese é que Beckett, como artista contemporâneo, possa instruir sobre esta posição que fala de uma nova economia psíquica. Outra suposição é a de que esse autor, ainda que com uma estética/poética difícil de situar, antecipa o comparecimento desse sujeito com seus personagens e o modo como comparecem em suas páginas e palco. Além disso, trouxe para este trabalho uma tentativa de refletir sobre a criação artística a partir da psicanálise, no intuito de trazer uma contribuição para uma perspectiva psicanalítica de abordar a obra de arte, mais especificamente a obra de Beckett, esse artista criador de vazios.