TRADIÇÃO, Tradução, Hibridismo e Resistência da Identidade Afrobrasileira na Literatura Amadiana

Nome: ALINE SANTOS DE BRITO NASCIMENTO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 25/09/2017

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARIA DE LOURDES NETTO SIMÕES Examinador Externo
SÉRGIO DA FONSECA AMARAL Examinador Interno

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Resumo: Aborda a identidade afro-brasileira na literatura amadiana, através da caracterização dos traços de tradição, tradução, hibridismo e resistência. Justifica-se que a análise das características do grupo étnico afro-brasileiro são vetores para a formação crítica do cidadão e a valorização daqueles que com ele se identificam. O novo e o antigo, o global e o local são paradigmas que se mesclam nas obras em análise, permitindo a observação da cultura afro-brasileira a partir de um viés menos conservacionista, reconhecendo a evolução das identidades, o que constitui o problema desta pesquisa. O objetivo geral é analisar as evidências de tradição, tradução e hibridismo presentes na literatura amadiana de temática afro-brasileira. Os objetivos específicos são caracterizar a literatura amadiana; identificar os traços da identidade e resistência afro-brasileira; e analisar aspectos de tradição e tradução que permitam classificá-las como híbridas. Os procedimentos metodológicos incluem a coleta de dados com pesquisa bibliográfica. As análises perpassam pelos eixos temáticos tradição/inovação, simbologia; espaço/tempo, territorialidade e temporalidade; e atores sociais. Os pressupostos teóricos discutem principalmente conceitos como deslocamento, marginal, raça, classe, gênero, tradições culturais e híbrido (BHABHA, 2001); identidade, memória coletiva, poder, religião e cultura (CASTELLS, 1999); características etno-raciais do negro (SCHWARCZ, 1993); lógica binária negro/branco; autóctone/estrangeiro; eu/outro (BERND, 2003); candomblé (SALAH, 2008); mulher negra e forma de lidar com o corpo (SACRAMENTO, 2012); e mulata como resultado dos amores clandestinos (GUMÉRY-EMERY, 2004). Também são debatidos “fronteiras” da literatura, ficção e não-ficção (BOSI, 2013); diálogos reforçados pelo romance contemporâneo (BAKHTIN, 1998); vontade de refazer a história (CERTEAU, 2011); teoria da recepção (MAINGUENEAU, 2001); busca identitária e etnocentrismo (TODOROV, 1989); literatura negra (ALVES, 2002); silêncio dos marginalizados (DALCASTAGNÈ, 2012); negros denunciando a escravidão e/ou exclusão (RIBEIRO, 2012); resistência (LIMA; SOUZA, 2016); apego à terra, topofilia (TUAN, 1980); resistência na obra amadiana (TEIXEIRA SOBRINHO, 2015); cultura negra na literatura amadiana (SOUZA, 2007); e defesa da miscigenação (PATRÍCIO, 1999). As análises apresentam: a discussão “Entre a tradução e a tradição: marcas da identidade negra em Jubiabᔠe alertam sobre grupos minoritários que buscam direito de ter voz e espaço de forma engajada em questões sociais; ativismo dentro do movimento social; respeito às identidades culturais; e crítica às hegemonias. Investigam “Identidade negra e erotismo em Gabriela, cravo e canela”, personagens negros e mulatos e suas relações de desejo, amor, paixão e erotismo; campo semântico do erotismo, e sensualidade da etnia negra como discurso do imaginário nacional. E os resultados do estudo “Tenda dos milagres: o intelectual negro e a militância contra a elite racista”, que esclarecem que obras de Archanjo, mestiço, pobre, só são reconhecidas a partir do interesse de um estrangeiro; e seus livros retratam preconceito, violência e intolerância dos brancos diante dos rituais de origem africana. As análises conduzem à conclusão de que o respeito às identidades culturais diversas deve ser propagado através da divulgação da literatura. Os resultados da pesquisa confirmam a hipótese de que a literatura colabora para a formação crítica do cidadão e a valorização das minorias étnicas.

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