A Pintura na Literatura: linguagem plástica em Não entres tão depressa nessa noite escura, de António Lobo Antunes

Nome: ALINE PRÚCOLI DE SOUZA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/08/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JÚLIA MARIA COSTA DE ALMEIDA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
PAULO ROBERTO SODRÉ Examinador Interno
RICARDO RAMOS COSTA Suplente Externo

Páginas

Resumo: Com base no livro-poema Não entres tão depressa nessa noite escura, do escritor português António Lobo Antunes, analisamos a correlação existente entre a literatura e a pintura, procurando entender de que forma se manifesta a plasticidade de sua linguagem ao compararmos o livro a uma tela. A partir de quatro elementos básicos de uma composição pictórica – moldura, linhas, cor e superfície –, realizamos uma análise homológica e analógica do tecido textual antuniano. Interessou-nos compreender as novas possibilidades de sentido que a fusão entre as duas artes pode oferecer e contribuir com as discussões críticas sobre o tema, tendo em vista a narrativa de Lobo Antunes. Para isso, fez-se necessário revisitar as primeiras linhas de pensamento sobre a relação interartes, bem como compreender as suas atuais configurações. Nossa análise fundamenta-se nos escritos teóricos dos pensadores que trabalham a/na fronteira entre as duas linguagens, tais como Anne-Marie Christin, Julio Plaza, Márcia Arbex e George Didi-Huberman. Objetivamos esclarecer que mais do que ler um texto ou ver uma imagem, é possível ver um texto e ler a sua estrutura, assim como somos capazes de ler uma imagem ao ver sua arquitetura. O exercício homológico e analógico proposto com base na aproximação estrutural e funcional de dois universos artísticos chamou nossa atenção para a existência de aspectos importantes que estão para além daquilo que uma narrativa pode apresentar semanticamente em sua temática e, dessa forma, ofereceu-nos uma nova chave de leitura não apenas para o texto antuniano, mas para a literatura de maneira geral. A pesquisa mostrou, por fim, que a (re)integração de duas áreas artísticas possibilita não apenas o enriquecimento semântico dos objetos artísticos, mas também e sobretudo a intensificação da capacidade interpretativa daquele que esteticamente os recepciona.

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