A persona rapper de Criolo inscrita em canções de Nó na Orelha
Nome: WALLAS GOMES ZOTELI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/05/2016
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
VIVIANA MÓNICA VERMES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
ANDRÉIA PENHA DELMASCHIO | Suplente Externo |
ANDRESSA ZOI NATHANAILIDIS | Examinador Externo |
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO | Examinador Interno |
VIVIANA MÓNICA VERMES | Orientador |
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Suplente Interno |
Resumo: Criolo autorrefere-se, com recorrência, como rapper/MC; trata-se da alcunha que, dentre outras atreladas a sua persona pública, melhor resgata e sublinha sua atuação no cenário do rap paulistano. Fundou a Rinha dos MCs, atuou na produção cinematográfica Profissão MC (2009), lançou o álbum independente de canções de rap Ainda Há Tempo (2006); e pontuam-se esses fatos a título de exemplo. No entanto, quando lança o álbum Nó na Orelha (2011), o que se ouve nas canções é um cuidadoso trabalho com melodias e dicções identificadas com outros gêneros musicais que não o rap, e isso se diz com maior ênfase em relação a cinco das dez faixas ali disponibilizadas; nelas, pretende-se investigar como o rap está inscrito e como o título de rapper mantém-se e atualiza-se. Articulam-se, como referencial teórico basilar, contribuições conceituais de Paul Zumthor (1993; 2010; 2014), Ruth Finnegan (2008), Simon Frith (1996), dentre outros. Assume-se a palavra cantada como objeto de estudos da performance, o que por seu turno torna-se passível de interesse em estudos literários; desse modo, conforme a abordagem zumthoriana, compreende-se canção no espectro abrangente da poesia oral, é tratada como obra e performance em meios auditivos, em sua complexa articulação na tríade textomúsica-performance, sem esquecer da voz e do reconhecimento de gênero nesses meandros. É do escopo desta dissertação defender que a persona conceito ancorado em Carl Jung (1981) e Marcel Mauss (2003) rapper de Criolo está inscrita não só nas cinco canções de rap, mas também nas outras cinco em aparência menos identificadas com tal gênero. Portanto, do corpus coligido da audição do álbum em questão, foca-se nas cinco obras reconhecidas aqui como canções não-rap: Bogotá; Não Existe Amor em SP; Freguês da Meia-noite; Samba Sambei; Linha de Frente. Nelas, busca-se sublinhar elementos performáticos, no âmbito da palavra cantada, que demarcam a inscrição da persona/atitude rapper em outras estéticas musicais. Coteja-se pontualmente o corpus em foco com obras de outros cancionistas representantes de variados estilos e gêneros musicais para elaborar explicitações mais contundentes para reforçar afirmações interpretativas registradas em cada uma das leituras apresentadas.