A crônica e a crônica de José Carlos Oliveira em 1968: o império do sério e do útil
Nome: JOSÉ IRMO GONRING
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 28/09/2015
Banca:
Nome | Papel |
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CARLOS VINÍCIUS COSTA DE MENDONÇA | Examinador Externo |
GABRIELA SANTOS ALVES | Examinador Externo |
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO | Orientador |
ORLANDO LOPES ALBERTINO | Examinador Interno |
SÉRGIO DA FONSECA AMARAL | Examinador Interno |
Resumo: O foco principal de nosso estudo é o livro Diário da Patetocracia crônicas brasileiras 1968, de José Carlos Oliveira (Vitória, 1934-1986), com o título A crônica e a crônica de José Carlos Oliveira em 1968 o império do sério e do útil. Como não há um estatuto da crônica brasileira, tivemos que inferi-lo, por meio de abordagem histórica, a partir do século XIX. Sinteticamente, Machado de Assis esboça uma qualificação para o gênero - ainda se referindo ao ancestral folhetim - como o casamento do útil e do fútil com o sério e o do frívolo. Nos textos de JCO publicados diariamente no Jornal do Brasil e recolhidos no citado livro (obra póstuma), o que vemos é um autor trabalhando na contramão do fútil e do frívolo, e do lirismo/intimismo bossanovista que caracteriza a crônica dos anos 50 e 60. A tensão social do momento (o AI-5 sairia no dia 13/12) encontra um José Carlos Oliveira sempre a postos, em sua coluna diária, para abordar temas relevantes, com um tratamento no mais das vezes sério e persuasivo, a ponto de termos dificuldade de nomear parte de seus textos como crônicas. Como um homem de seu tempo, em situação, assumidamente existencialista, ele responde às demandas com engajamento, no sentido sartreano. Para interpretar a atitude do autor, recorremos ao conceito de arquitetônica da respondibilidade, de Bakhtin. Propomos que seja possível estabelecer uma ponte entre essas duas perspectivas para identificar a dinâmica que rege as atitudes éticas dos indivíduos, na sua singularidade. Em 1968, nossa avaliação é de que o ético se sobrepõe ao estético, nos textos examinados.