Confissão e autoficção na obra de Reinaldo Santos Neves

Nome: NELSON MARTINELLI FILHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 25/07/2012
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRÉIA PENHA DELMASCHIO Examinador Externo
FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER Orientador
PAULO ROBERTO SODRÉ Examinador Interno
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO Examinador Interno

Resumo: Se entre os séculos XIX e XX a noção de sujeito sofreu um abalo por meio de pensadores como Friedrich Nietzsche, a figura do autor continuou dominando as obras literárias pelo menos até a década de 1960, quando também passou por um processo de descentralização por conta de trabalhos de estudiosos como Roland Barthes e Michel Foucault. Hoje, porém, o autor volta à ribalta sem a presença opressiva de outrora: após um reposicionamento e um redimensionamento diante de sua obra, ele agora participa da elaboração de armadilhas que iludem o leitor com supostas referências à realidade que se misturam à matéria ficcional. Dentro da autoficção, prática nomeada por Serge Doubrovsky em 1970, as hipotéticas fronteiras entre o real e a ficção são apagadas, prevalecendo o impasse e a indecisão mesmo diante de textos que se autoproclamam autobiográficos. Embora a matriz teórica da autoficção seja francesa, avançam cada vez mais os estudos sobre essa prática na obra de autores brasileiros, como se nota no crescente número de publicações, cursos e pesquisadores que se lançam a estudar este assunto. Nesse sentido, a proposta desta dissertação é ajustar o foco para a obra de Reinaldo Santos Neves tentando enxergar, para muito além de uma simples coincidência entre o nome do autor, do narrador e do personagem, um elaborado jogo que obnubila as fronteiras entre verdade e ficção, pondo em suspensão as certezas que pretensamente se têm em relatos autobiográficos convencionais. Dessa maneira, analisar-se-á ao longo da obra de Reinaldo como dados biográficos do autor se confundem com elementos ficcionais de modo que esse outro eu criado não consiga fincar raízes num sujeito sólido e estável, mas que permaneça dentro de uma zona do indecidível, onde as armadilhas impedem que o leitor se apoie em alguma suposta verdade.

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