Irrompendo silêncios: a literatura afro-brasileira de Maria Firmina do Reis, Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo

Nome: MICHELLY CRISTINA ALVES LOPES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/12/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ADELIA MARIA MIGLIEVICH RIBEIRO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ADELIA MARIA MIGLIEVICH RIBEIRO Orientador
ANDRÉIA PENHA DELMASCHIO Suplente Externo
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO Examinador Interno
LUCIANE DE OLIVEIRA ROCHA Examinador Externo
MARIA MIRTIS CASER Suplente Interno

Resumo: A representação da mulher negra na Literatura brasileira repercutiu, no decorrer do
tempo, os diversos estereótipos que marcavam a sociedade e que, em verdade,
silenciavam a voz dessa mulher. O célebre adágio reiterado em Casa Grande &
Senzala por Gilberto Freyre (1933), “branca para casar, preta para trabalhar e
mulata para fornicar” pareceu, assim, inculcar-se no imaginário popular, ao mesmo
tempo em que hegemônico na tradição literária de autoria branca. Os mitos eram
propalados pela ciência, medicina e, principalmente pela Literatura, desde o da
“mãe-preta”, capaz de renegar seus próprios filhos para se dedicar a criar os da
“sinhá”, até o da “bestialização” do sujeito negro, que serviria apenas para o trabalho
braçal, por fim, o mito da hipersexualização dos africanos e afrodescendentes com o
intuito de desqualificar o povo negro, despojando-o de sua plena humanidade.
Contudo, esses estigmas passaram a ser contestados por meio da Literatura afro-
brasileira em que autoras negras, através da chamada escrevivência, conceito
cunhado por Conceição Evaristo (2008), dão protagonismo a uma nova personagem
negra. Dessa forma, acredita-se ser importante explorar tais obras, que vão de
encontro às formas de atualização da “colonialidade”. Para isso, são propostas
análises da Literatura de Maria Firmina dos Reis, Carolina Maria de Jesus e
Conceição Evaristo, ainda que temporalmente distante, a primeira, das duas últimas.
Para embasar as discussões, elegemos autores e autoras que versam sobre a
Literatura afro-brasileira, tais como Luiza Lobo, Eduardo de Assis Duarte, Regina
Dalcastagnè e Constância Lima Duarte, articulando-os ao “giro decolonial” e aos
“feminismos periféricos” de Gayatri Spivak, Angela Davis, bell hooks, Patrícia Hill
Collins, María Lugones, Grada Kilomba, Kimberle Crenshaw e Lélia Gonzalez.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura afro-brasileira; mulheres negras; escrevivência; giro
decolonial; feminismos periféricos.

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