A mulher e a literatura hispano-americana: o cânon problematizado

Resumo: Discute-se a relação entre as condições materiais e a produção do texto literário, observando-se com Woolf (1990) os efeitos da pobreza sobre a ficção e a necessidade de a mulher possuir um local só seu, além de dinheiro suficiente para seu sustento, para pensar em escrever ficção. Retoma-se a discussão de Gilbert e Gubar, (1998) sobre a noção patriarcal da autoria como dom exclusivamente masculino, observando-se as consequências dessa consideração para a escrita feminina. Com Bourdieu (2007), examina-se a submissão das mulheres a valores que as prejudicam e depreciam, em muitos casos. A avaliação dos textos produzidos por mulheres na América Hispânica nos séculos XIX e XX, efetuada pela crítica feminista, com instrumentos diferentes daqueles instituídos pelo cânon masculino, revela uma produção antes desconsiderada. Nos anos 1970, textos ficcionais femininos ganharam reconhecimento, alterando, embora timidamente, o quadro da literatura hispano-americana. À luz dessas teorias, analisam-se contos de Valenzuela (2007), destacando o tratamento dos temas e a estruturação dos elementos textuais, na denúncia da violência real cometida pela ditadura e da violência simbólica contida nos contos de fadas, que a autora recria, subvertendo valores e crenças.

Data de início: 08/05/2015
Prazo (meses): 48

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Coordenador MARIA MIRTIS CASER
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