DO Vivido ao Escrito: o Testemunho de Lima Barreto em Diário de Hospício e o Cemitério dos Vivos
Nome: CINTHIA MARA CECATO DA SILVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/09/2017
Orientador:
Nome | Papel |
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WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO | Orientador |
WILSON COÊLHO PINTO | Examinador Externo |
Páginas
Resumo: Este texto argumentativo propõe instigar reflexões que aproximem a produção literária do escritor carioca Lima Barreto (1881-1922) à literatura de teor testemunhal. Analisando os enredos das obras que tiveram como palco o chão do manicômio, Diário do hospício (2010) e O cemitério dos vivos (2010), buscou-se investigar quatro aspectos imprescindíveis para fortalecer os argumentos proferidos. São eles: o hospício, a loucura, as práticas asilares e, finalmente, o testemunho. Aglutinados como em uma teia , almejam sustentar as hipóteses levantadas, qualificando o sistema psiquiátrico brasileiro de outrora como ineficiente, uma vez que funcionava apesar das intenções iniciais de aprimoramento muito mais como prática de dominação da elite, determinada a dar visibilidade ao status de doutor, do que uma instituição de saúde mental apta a tratar a loucura. Para o desenvolvimento desta pesquisa, que vê expostas fraturas coletivas sobrepondo uma literatura exclusivamente de si, houve uma empenhada seleção de estudiosos, quais sejam: Michel Foucault, Pierre Bourdieu, Márcio Seligmann-Silva, Beatriz Resende, Antonio Arnoni Prado, Roberto Vecchi, Lilia Moritz Schwarcz, entre outros. Referências cabais para os argumentos, todos, à sua maneira, permitiram encontrar interseções que levam a um ponto em Lima Barreto: entre o que se viveu e o que se escreveu, há rastros que precisam ser recuperados, ainda que literariamente, em honra aos então hóspedes do extinto Hospital Nacional de Alienados.