Encontros literários: literatura, crítica e sociedade
ENCONTROS LITERÁRIOS – LITERATURA, CRÍTICA E SOCIEDADE
DO I-JUCA-PIRAMA AO MACUNAÍMA: A FORMAÇÃO DA IDENTIDADE BRASILEIRA
Dia: 19/11/2024
Horário: 14h até 18h
Local: Sala 204 – Prédio Luísa Lopes (CCHN/Ufes)
CONVIDADO: Prof. Felício Oscar DELEPRANI (Doutorando/PPGL/Ufes)
MEDIADOR: Prof. Robson LOUREIRO (PPGL/Ufes)
A proposta do encontro é debater de que maneira a Literatura Brasileira desenvolveu e problematizou, ao longo de sua história, a ideia de identidade do povo brasileiro? Para responder essa pergunta recorre-se a uma leitura crítica de algumas das obras de maior expressão, desde o Romantismo Brasileiro até a primeira fase do Modernismo. Trata-se de compreender a épica romântica constituída na poesia dessa estética a partir do estudo de I-Jucá-Pirama e Confederação dos Tamoios, cujas autorias são, respectivamente, de Gonçalves Dias (2021) e Gonçalves Magalhães (2021). Em seguida, infere-se, nas obras prosaicas de José de Alencar (2022), a forma como o autor empreendeu esforços para exprimir a identidade nacional em obras como Iracema, O Guarani, O sertanejo e outras obras urbanas como Senhora. Por fim, procura-se fazer uma análise de Macunaíma, de Mário de Andrade (2017), a fim de comparar essa obra às tentativas românticas de representação da identidade nacional.
Para estabelecer esse recorte temporal e epistemológico, foi tomando como referencial teórico as seguintes obras: Formação da literatura brasileira, de Antonio Candido (1950) e Modernismo, de Antonio Candido e José Aderaldo Castello (1967) . Para o delineamento do conceito de “identidade nacional”, recorre-se a algumas obras emblemáticas como e Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda (1995); e o conceito de “mímica”, conforme pensado por Homi Bhabha (1988) em sua clássica obra O local da cultura, por meio do qual o autor afirma surgir as primeiras condições de possibilidade para o “rompimento com a cultura colonizadora” e o surgimento de uma identidade cultural do colonizado. Com conceito de “mímica”, é ainda estabelecido um diálogo com Darlene J. Sadlier (2008) que, em Brazil Imagined: 1500 to the Present, defende a tese de que a identidade nacional está sempre em formação e que, em sua essência, é discursiva. Os dados revelam que, no Brasil, diversos autores almejaram, tanto na poética (Gonçalves Dias; Gonçalves Magalhães) quanto na prosa (José de Alencar e Mário de Andrade) estabelecer uma épica que expressasse a identidade brasileira. No entanto, destacam-se nesse processo, a obra de Gonçalves Dias e Mário de Andrade como as aproximações mais bem-sucedidas no recorte analisado nesse encontro.