Name: ELIZABETE GERLÂNIA CARON SANDRINI
Publication date: 28/09/2017
Advisor:
Name | Role |
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LUÍS EUSTÁQUIO SOARES | Advisor * |
Examining board:
Name | Role |
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FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER | Internal Examiner * |
LUÍS EUSTÁQUIO SOARES | Advisor * |
SÉRGIO DA FONSECA AMARAL | Internal Alternate * |
Summary: O corpus de investigação para efetivação desta tese foi o segundo romance de Graciliano Ramos, S. Bernardo. Publicado na primeira metade do século passado, especificamente no ano de 1934, a narrativa constitui-se por relatos da personagem-escritora Paulo Honório, objeto deste estudo. Este teve por objetivo evidenciar como a personagem, moldada a modos de vida organizadores de corpos, torna-se um corpo liberto da interpretação e do juízo, ou seja, um corpo sem órgãos (CsO) corpo desobstruído das organizações dominantes e hierarquizadas, transcendências organizadas para extrair trabalho útil dos indivíduos. Em suma, um novo corpo que, perante o sistema que o governa, ao modo deleuze-guattariano, deriva de um mundo da pura diferença. Abrigada por esse pensar, a reflexão crítico-analítica realizada voltou-se para as relações entre Paulo Honório e as demais personagens principalmente entre ele e Madalena, sua esposa e também entre ele e a arte literária. Assim, à luz dos aportes teóricos de Jacques Lacan, de Sigmund Freud, de Gilles Deleuze e de Felix Guattari, dentre outros, inclusive críticos literários de Graciliano Ramos, o corpo organizado do protagonista vincado pelo meio sócio-político-econômico pôde ser pensado e/ou interpretado em função dessa história desveladora da estranheza desse corpo a começar pelas mãos que, em estilhaço, se refaz num novo corpo, com poder de afetar e ser afetado, o sem órgãos transgressor de modos de vida, denunciador de modelos, padrões e normas arraigadas a uma organização orgânica de corpos.
Palavras-chave: Paulo Honório. Mãos. Corpo organizado. Literatura. Corpo sem órgãos.