A resistência: o discurso híbrido de Julián Fuks como ferramenta de militância literária

Nome: LUZIMARA DE SOUZA CORDEIRO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 31/07/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRESSA ZOI NATHANAILIDIS Examinador Interno
ELIZABETE GERLÂNIA CARON SANDRINI Examinador Externo
FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER Orientador
JORGE LUIZ DO NASCIMENTO Examinador Externo
MARIA ISOLINA DE CASTRO SOARES Examinador Externo

Páginas

Resumo: RESUMO
Tendo como corpus de investigação o romance autoficcional A resistência, de Julián Fuks,
publicado em 2015, o presente trabalho tem o propósito de empreender uma reflexão críticoanalítica que pretende mostrar como a narrativa de Fuks, ao tratar da temática da ditadura
militar, mediante sua escrita híbrida, contribui como ferramenta de militância literária. Ao
entrecruzar o discurso literário ao histórico, esse relato autoficcional propicia uma leitura “a
contrapelo” dos episódios do passado ditatorial da Argentina e do Brasil, pelo viés dos vencidos,
marca de uma escrita pertencente aos tempos de “pós-ficção”, em que o fazer literário avança
seus limites, ao abarcar outros discursos, que correspondam aos anseios da atualidade. A
narrativa de Fuks manifesta diversas formas de resistência contra o apagamento das barbáries
do passado e nos alerta sobre as possíveis formas de violência que ainda queiram ameaçar o
momento atual. Um “romance de filiação” da literatura contemporânea brasileira que auxilia
na política de memória desse regime de repressão, ao mostrar, por intermédio da pós-memória,
os impactos da ditadura e do exílio, herdados por um filho de pais argentinos militantes da
esquerda, que foram alvos da repressão desse período tenebroso da história. A resistência se
apresenta, assim, como um fazer literário revolucionário, uma narrativa de pacto ambíguo que,
marcada pelo diálogo entre ficção e realidade, não busca apenas recordar e, sim, reelaborar
criticamente esse passado horrendo e os questionamentos geracionais herdados, propiciando
uma escrita militante, por meio da politização da arte em oposição ao fascismo do presente e
do futuro. Para abordar esses aspectos, iremos nos apoiar nos postulados teóricos de Walter
Benjamin, Paul Ricoeur, Márcio Seligmann-Silva, Jeanne Marie Gagnebin, Eurídice
Figueiredo, Diana Klinger, Evando Nascimento, Anna Faedrich, Vladimir Safatle, Carlo
Ginzburg, Marianne Hirsch, Sigmund Freud, Michel Foucault, Juan José Saer, Antonio
Candido, Carolina Silveira Bauer, Dominique Viart, Phillippe Lejeune, Serge Doubrovsky,
Jacques Rancière, dentre outros cujas contribuições sejam pertinentes ao nosso propósito
analítico.
Palavras-chave: Autoficção. Hibridismo. Ditadura militar. Argentina. Brasil. Militância
literária. Memória. Resistência.

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