OBSCENO, PARÓDIA E GROTESCO EM BUFÓLICAS DE HILDA HILST

Nome: CARLOS ALEXANDRE DA SILVA ROCHA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/11/2014

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DENEVAL SIQUEIRA DE AZEVEDO FILHO Examinador Interno
ELIANE ROBERT MORAES Examinador Externo
PAULO ROBERTO SODRÉ Orientador

Resumo: Em Bufólicas, de 1992, último livro que compõe a tetralogia obscena de Hilda Hilst
constituída também por O caderno rosa de Lori Lamby, de 1990; Contos descárnio & textos
grotescos, de 1990; e Cartas de um sedutor, de 1991 , a autora, a partir do obsceno, desnuda
e desmascara os defeitos políticos e os comportamentos conservadores. Como nos alerta o
crítico e organizador da obra da autora, Alcir Pécora (2005), o conceito de obscenidade se
adéqua ao livro e a toda a obra de Hilda Hilst, na medida em que se detecta o obsceno no
emprego de palavras que se referem aos órgãos excretores utilizados sexualmente. Sendo
assim, esta pesquisa tem como corpus o último livro da tetralogia, no qual há, além do
obsceno, o realismo grotesco, estudado por Mikhail Bakhtin ([1965] 1993), em que se percebe
o uso dos opostos e das regiões baixas do corpo para que dele possam surgir o riso e a crítica.
Nos sete poemas-fábulas que compõem Bufólicas, estão presentes as personagens tradicionais
dos contos de fadas, como: o rei, a rainha, a bruxa, a menina, o lobo, a avó, o anão, a donzela
e a fada. Essas personagens, relacionadas ora com o bem, ora com o mal, comumente estão
ligadas ao alto corporal; entretanto, nos sete poemas aparecem com as emoções ligadas ao
sexo, sendo, desse modo, transpostas para o baixo corporal, para as regiões reprodutoras e
excretoras do corpo humano. Vê-se, portanto, a união de elementos díspares na feitura dos
poemas, que misturam gêneros e registros altos com os baixos, como os contos de fadas e as
fábulas com o grotesco e o obsceno, que rebaixam essa literatura clássica ao rés do chão.
Nesse sentido, este trabalho visa analisar a obscenidade presente nos poemas-fábulas,
relacionando-os às noções de grotesco e de paródia, sob a mira das reflexões sobre o assunto
de, além dos citados, Georges Bataille ([1957] 2013), Wolfgang Kaiser ([1957] 1986), Victor
Manuel de Aguiar e Silva ([1967] 2007), Vladímir Propp ([1976] 1992), Linda Hutcheon
([1984] 1985) e Sarane Alexandrian ([1989] 1994). O objetivo é analisar os sete poemasfábulas
de Bufólicas, aproximando-os de seus respectivos personagens-modelo nos contos de
fada, de modo a investigar o efeito literário dessa aproximação paródica, grotesca e obscena.

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